24 fevereiro 2009

Casamento ou divórcio? Avanço com uma sociedade ou posso perder um amigo?




Quando Saturno transita pela casa 7, é chegada a hora de enfrentarmos uma nova maneira de nos redescobrirmos através do outro. A casa sete corresponde entre outras coisas, ao lugar na nossa psique onde nos revemos no outro, e esta noção corresponde, de forma não realizada, a uma dimensão inconsciente de nós mesmos.

O Ascendente trata das coisas do ego e da personalidade e, no lado oposto encontramos o Descendente, que marca o animus e anima. O indivíduo guarda no seu inconsciente o arquétipo daquilo que considera a sua perfeição no outro.

Julgo que todos concordamos que de uma forma ou de outra construímos nas nossas mentes um protótipo de relação que consideramos perfeita. A forma ideal de relacionamento, para cada um de nós, pode nunca chegar a manifestar-se na sua totalidade, mas o seu reconhecimento é muito importante para a criação de relações saudáveis. Tal como o reconhecimento do nosso outro lado obscuro, através do qual procuramos possuir o outro.
A casa 7 regulamenta as relações, portanto, a quando da passagem de um planeta por esta casa, a experiencia pode chegar-nos sob a forma de parcerias, amor, casamentos, ou até mesmo, através de um grupo representado por um só corpo e por uma só mente. A natureza do planeta em questão pode resultar numa experiência que permanece subjectiva, como é o caso da passagem de uma Vénus ou de um Marte. Se bem que um trânsito de Marte por esta casa possa ser sinónimo de surgirem novos relacionamentos ou parcerias, também pode acontecer que, de um momento para o outro, nos deparemos com alguma situação que ponha em causa os nossos direitos e os dos outros, e pela natureza deste planeta, poder haver falta de harmonização interior pelo que podemos destruir uma antiga relação de amizade.
Quando Saturno transita pela nossa casa 7 estamos prestes a ser confrontados com o resultado da nossa auto exploração e reconhecimento, sendo suposto já termos apreendido, consoante a sua passagem pelas casas que antecedem a 7. Dependendo do tamanho da casa 7 dispomos de mais ou menos tempo para aprendermos a experiencias que Saturno em transito nos traz. Seguramente, irá ser decisiva nas metamorfoses que iremos sentir quando o Senhor professor do zodíaco chegar à casa 8, tal como procuraremos estabelecer os nossos valores e ética ao chegar a casa 9.

Se ao longo do aprendizado saturnino nos tornamos demasiado absortos em nós mesmo ou demasiado dependentes dos outros para respondermos a nós próprios sobre a nossa responsabilidade nos relacionamentos, é provável que as experiências desagradáveis neste campo, estejam próximas a acontecer.

É importante não esquecer que a sétima casa se opõe à primeira. Portanto, pela oposição de Saturno vamos experienciar mudanças na nossa personalidade que podem trazer-nos dificuldades pessoais que nos impedem de nos relacionarmos de forma mais luminosa.
Por outro lado estamos a falar de uma casa angular, portanto estamos prestes a experimentar uma nova maneira de ser. Quando Saturno inicia o seu trânsito por esta casa, ficamos mais despertos, ganhamos uma nova capacidade de introspecção sobre o nosso comportamento nos relacionamentos que mais nos intimidam. Saturno pretende ensinar-nos a diferença entre obrigação e responsabilidade, além de aprendermos a cuidar de determinada ligação. Se uma relação sobrevive com base no que se poderia chamar de moralmente correcto, então a perspectiva da mesma perdeu-se, e Saturno irá seguramente mostrar-nos a nossa verdadeira óptica, sobre este relacionamento em todos os aspectos. Colocando-nos em contacto com o que nós precisamos, e do que nos é realmente próximo e necessário para estabelecermos uma relação satisfatória.

O moralmente correcto, não é algo exterior a nós mas sim algo que tem de ser construído de dentro para fora, pois pressupõe uma espontânea integração entre destino e livre e espontânea vontade, resumindo-se em última análise na escolha que fazemos, de forma consciente.

Saturno encarrega-se de nos devolver situações, onde teremos a oportunidade de verificar se na realidade existe dentro de nós uma escolha consciente e verdadeira ou ao invés, se estamos em determinada relação actuando numa performance de aceitação forçada ou por e simplesmente, acomodação. Neste caso, se as circunstâncias tenderam a tornar-se intoleráveis, fora do nosso controlo, a espontânea rejeição ocorre e a relação extingue-se, sendo tudo uma questão de tempo.

Saturno pretende ensinar-nos o verdadeiro valor de nós próprios, dentro de determinada relação e como resultado, aprender o significado dos relacionamentos, quando transita nesta casa. Se aprendermos a separar aquilo que é realmente só nosso, as nossas necessidades, a nossa verdade, aquilo que realmente nos faz sentir bem, separando estes aspectos das múltiplas facetas das características das nossas relações, estamos muito próximo de aprender o verdadeiro sentido de estar com o outro sem perder de vista a nossa individualidade.
O Hemisfério Ocidental da Carta Astrológica é, também, a aprendizagem de como nos sentimos e sustentamos bem sozinhos, quando Saturno inaugura o seu trânsito pela casa 7, inicia-se a fase de aprender a ser-se singular na companhia do outro. Para uns ,este trânsito pode significar um recolhimento filosófico buscando dentro da sua intimidade o que realmente espera dar e receber numa determinada relação, para outros pode ter chegado o momento em que o destino e livre vontade se reúnem e este trânsito conduzirá a sagração do amor profundo e significativo.

Saturno em trânsito por esta casa traz-nos a possibilidade de levar a cabo um relacionamento baseado em princípios honestos e sadios. Pode ocorrer que duas pessoas tenham de se separar para que ambas possam crescer e redescobrir os seus verdadeiros princípios.
Na verdade, quando se verificam abalos numa determinada estrutura de relacionamento é que o ser humano tem a oportunidade de verificar de que forma integra em si o seu oposto, o seu semelhante, e reconhece por oposição as suas limitações.

Saturno ministra nesta casa a principal premissa que em qualquer relacionamento, sociedade ou parceria, devemos ser sinceros e integrais connosco próprios, e que numa relação saudável não existem líderes e subordinados, pois nesse caso já não estamos numa ligação equilibrada.
O balanço de como me sinto, pode ser mais ou menos ténue, dependendo de vários factores: da curta ou longa duração de determinada relação, da forma como tenho ou não reflectido sobre o que eventualmente me afasta daquela pessoa, basicamente depende da minha sinceridade para comigo. Contudo, Saturno vai confrontar-me de uma forma ou de outra, porque é necessário que estes assuntos sejam arrumados. O poder oculto que exercemos nos outros, e que os outros exercem em nós tem de ser forçosamente abandonado, e não se trata de uma tarefa fácil, confrontarmos com o nosso lado obscuro e manipulador, que nos será devolvido pelo que nos está próximo.

A nossa sinceridade e vontade de crescer consciencialmente será a única forma de enfrentar qualquer trânsito, se bem que neste caso, não se esqueçam que Saturno ao entrar na casa 8, tratará de varrer de baixo do nosso tapete as situações que camuflamos ao longo do seu transito pela casa sete.

20 fevereiro 2009

Desafio!


Letra da musica, clique aqui!




Lanço-vos um desafio:

“Continuando pelo périplo da «oficina amorosa»…” A.R.

O número de casais descontentes é cada vez maior. Observam-se as seguintes reclamações retratadas nestas causas: discussões constantes, silêncios arrepiantes, indiferença, maus tratos psicológicos ou físicos, enfim, uma panóplia imensa de efeitos secundários dos vírus, que deixamos instalar nas relações sem ter consciência, que mais dia, menos dia, o nosso sistema imunológico não vai resistir…

Não se maltrata quem se ama...


Verificamos que muitos destes casais vivem infelizes como inimigos e não se separam. E aqui eu pergunto: Qual a razão para dois seres supostamente unidos por amor chegarem a estados de profundo desamor? Porque é que não se separam?

Temos o compromisso de preservar o nosso Amor, porque nós somos amor, e este nunca desaparece. Pode porventura ficar adormecido, pode tão simplesmente esmorecer, mas nunca desaparece.

O estado de endurecimento do amor pode por ser irreversível, não sendo por isso possível continuar em determinada relação.
Se existisse essa consciência talvez não se viesse a verificar que por fim a raiva toma posse, não deixando qualquer espaço para outro sentimento.

Porque nos fechamos ao amor?

Por outro lado temos também os casos em que a felicidade é aparente, meticulosamente montada, e aqueles dois seres têm um acordo tácito de se manterem juntos, energicamente distantes, equivocadamente conformados, fechando lentamente a entrada de amor nas suas vidas. Mais uma vez rejeitamos a vibração amorosa.

Porque não se separam...?


Resposta do António a este desafio:

Magda,

«Malo, malo malo eres,
no se daña a quién se quiere»

Gostei muito do teu texto.

Andamos os dois tão enfronhados nesta coisa da "oficina amorosa", a queremos preparar tudo, para explicarmos o que nem nós percebemos bem (falo por mim, claro).
E eu assino por baixo, lol.

Se, às vezes, nem conseguimos manter uma mera relação cordial com as pessoas à nossa volta.

Se, por uma questão de bom ou mau humor (estado anímico) descambamos com facilidade em «tonterias» (como diria a nossa amiga Concha).

Se, com os medos mencionados (e muito bem) pela Samsara, ficamos imobilizados na nossa própria vida e infernizamo-nos e aos outros.

Há muitos «ses»... Que se traduzem modernamente apenas nisto [em meu entender, claro!]:

E a propósito de muitos “Ses”, convido-vos a ler um poema magnífico de Rudyard Kipling, “IF”

1) Porque o ser humano frequentemente se equivoca e confunde a emoção conhecida por «desejo sexual» com a energia básica que todos possuímos conhecida por «amor». O resto acontece por osmose cultural. Aquilo que deveria ter-se ficado por…

2) Porque o «desejo sexual» é atávico e faz parte da natureza biológica do homem/animal. É bom que seja praticado.

3) Porque o «amor» não é biológico. No entanto, pode parecê-lo. O amor é inerente à condição da alma. (Uso aqui a palavra alma no sentido corriqueiro que as pessoas dão a esta palavra, mas tu sabes o que penso ser a alma - é apenas o nosso interruptor para os nosso corpos superiores.

4) Porque a «personalidade/ego» trata das coordenadas das coisas. E coordenar «desejo sexual» e «amor» não é coisa fácil. Nada mesmo. Porque a missão principal do ego/personalidade é evitar que a pessoa sofra. Essa é a sua função primária. Por isso se falar tanto em auto-estima. Os exemplos desta função primária do ego/personalidade estão muitíssimo bem retratados nos exemplos dados pela Samsara. Melhor não poderia ter sido retratado.

5) Porque igualmente não permitimos que a alma trate da qualidade das coisas. Ao taparmos a voz da alma em detrimento da voz da «mente/personalidade/ego» fica tudo esfrangalhado. Porque mesmo que se deixe a alma falar, e ela sabe sempre quando o amor acontece ou quando desaparece, não nos permitimos viver de acordo com isso. Por medo.

6) O resultado prático é que muitas e muitas pessoas casadas (as estatísticas destas coisas falam em 65% - um número assustadoramente alto) preferem viver mais ou menos assim: as mulheres casadas optam por ter um marido e um amante de cada vez (fica fino dizer «namorado») e os homens casados optam por ter a mulher e muitos casos sexuais, de preferência, de forma errática, não sequencial. A eles nem lhes passa pela cabeça considerá-las «namoradas». Não passam de um «affair». Obviamente, também numerosos exemplos de homens com «mulher» e «namorada/a outra».

Assim, não se vai muito longe. É apenas o caminho habitual da «Escola do Sofrimento».

Besitos

António

Para o Antonio, para a minha Mãe, e para ti...


A republicação deste magnifico artigo é em homenagem a quem o escreveu e a minha querida mãe, que quando eu era pequenina, me repetia vezes sem conta: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", Antoine Lavoisier
.


Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma
por António Rosa

No século 18, o químico francês Antoine Lavoisier, nas suas investigações científicas, descobriu que "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". A mesma lei aplica-se a nós, seres humanos, aos nossos sentimentos e, portanto, também, aos nossos relacionamentos amorosos. Por ser uma lei do universo, não se consegue contrariá-la. Ou é cumprida ou não. Deve ser entendida, sentida e aprofundada. Se assim for, o “resto” acontece com naturalidade, se existirem as condições apropriadas.

No entanto, atrevo-me a dizer que a maioria de nós não consegue entender-se com os seus próprios sentimentos amorosos, nem com esta lei aplicada à nossa própria vida.

E criamos obstáculos à execução da mesma, entrando frequentemente, em situações de extrema frustração e/ou depressão, que conduzem a outras situações. Que fique claro, caros leitores/as, que ao longo da minha vida, também não consegui entender esta lei e, muito menos, aplicá-la. Hoje, simplesmente, conheço e vivencio as consequências dessa "falta de atenção" às coisas que me estiveram potencialmente destinadas.

Continuemos, por favor. Se "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", então façamos a pergunta essencial: que tudo é este que se transforma? A resposta é simples: a energia. Que transforma a sua forma. Porque é de energia que estamos a falar. A energia é sempre a mesma, o que muda é a forma como se apresenta. Simples.

Sabemos que os rios, mares e lagos são água em estado líquido. É energia na forma líquida. Também sabemos que o gelo é água em estado sólido. É energia na forma sólida. Igualmente sabemos que o vapor é água em estado gasoso. Estas imagens pertencem ao nosso quotidiano. Em casa, todos sabemos utilizar esta energia (água) nas suas diferentes formas. O factor que processa a transformação nessas formas é apenas a temperatura. Ao encontrar as condições apropriadas, a energia muda sempre de forma. Sempre. É uma Lei. Nas relações amorosas, também.

Outro exemplo conhecido: uma semente é um óvulo já fecundado e quando fertilizado, contém um embrião a partir do qual surge uma planta que crescerá, se encontrar as condições apropriadas. Essa planta dará uma flor que, por sua vez, contém sementes. É o ciclo completo da natureza. Estamos sempre a falar da mesma energia. Apenas muda a forma. A mesma energia em forma de semente, planta e flor. Nas relações amorosas, também.

Quando pensamos em água, não temos dificuldade em pensar nela como sendo energia. A humanidade tem sabido utilizar esta energia. Porque consegue ver a água. Tal como vemos a semente, a planta e a flor.
Há energias que não se conseguem ver. O ar que respiramos, a brisa, o vento. Mas sabemos que existe. Não possui energia sólida. É subtil. Mas não tão subtil, ao ponto de não se sentir no nosso próprio corpo, que vibra perfeitamente com a brisa que nos toca, ou o vento que nos fustiga.

Com os sentimentos amorosos dos seres humanos é exactamente da mesma maneira. Não se consegue ver, mas está lá. O sentimento que tu chamas de amor está contigo, desde o momento que nasceste. É uma energia invisível que não te abandona nunca. Expressa-se de formas diferentes. É aqui que podem residir alguns equívocos: achares que o amor que dedicas aos teus pais, teus irmãos, teus filhos e amigos são coisas muito diferentes do amor que sentes pelo companheiro/a. Tudo é a energia do amor. Que se expressa de formas diferentes.

Por acaso não amas os teus filhos, independentemente da idade que tenham? Então? Em que ficamos? Claro que, quando eles são bebés tens que cuidar deles, de uma forma diferente, de quando, mais tarde, são crianças, adolescentes e adultos. No entanto, o amor é o mesmo. A forma como o expressas é que difere. Disso, não duvidas, pois não? Esse amor acompanha-te ao longo da tua vida. Não desaparece. Se as sogras olhassem para as noras e genros com apreço e gratidão, por estas e estes amarem os filhos/as que elas pariram, criaram, cuidaram e amam... Com as noras e genros, o mesmo. Pois, então! A maioria não consegue pôr a funcionar o 4º Raio da Criação [explicado num post mais abaixo] - tentar a Harmonia através do Conflito.

Estou sempre a falar do mesmo: novas vibrações, nova era, novas energias, era de Aquário, aquilo que chamamos de espiritualidade... É disto que eu falo, por exemplo, com os exemplos que dei até ao momento, neste texto. Somos nós quem deve iniciar essa mudança. E este "nós", sou eu e "tu", que me estás a ler. A aprendizagem é total e global, porque estamos todos na mesma nave - o planeta Terra. E é esta nave quem nos está a ensinar a... amar. Aliás, sempre ensinou. E nós, cegos e surdos aos seus ensinamentos. Qualquer dia, escreverei aqui, sobre o significado holístico e metafísico da doença que chamamos "cancro", para ficares a saber que está associada à falta de amor ou, pelo menos, à sensação que se pode ter de faltar amor.

Cresceste e aprendeste a dar nomes diferentes à mesma energia que conheces pelo nome de amor. Amor de mãe. Amor de irmão. Amor filial. Ao amor de amigo, chamas amizade. No entanto, só pensas e classificas de “amor-amor” quando se trata do teu companheiro/a. E iludes-te, pensando que é o amor verdadeiro. Lá saberás o motivo, talvez porque fazes sexo com esse ser que te acompanha. E o sexo faz falta. É bom e é uma energia muito positiva. Daí ter surgido a frase: “fazer amor” que, como saberás, é uma invenção da humanidade, porque o amor não se faz, vive-se. Eventualmente, fazes sexo com o ser amado, o que é diferente. Imagino que não te passa pela cabeça fazer sexo com os teus familiares e amigos [deixemos de fora as excepções, por favor]. Por estas e outras razões, talvez aches que aquilo que sentes pelo companheiro/a é o único e verdadeiro amor.

No ocidente [que conheço melhor] as pessoas são treinadas a acreditarem na ilusão. São múltiplos e enfadonhos os exemplos de ilusão. Anotemos alguns pequenos exemplos que eu tenho ouvido ao longo da vida, sobretudo do lado feminino: “é a minha alma gémea”, “é o único amor da minha vida”, “é o grande amor da minha vida”, “não consigo viver sem ele”, “que vai ser de mim, sem ele?”, “apetece-me morrer porque ele tem outra”. Assim está meia humanidade. Completamente dependente de uma forma de expressão.

Há sempre o secreto sonho de encontrarmos a cara metade com quem se criará uma relação tão duradoura, como a dos nossos avós. Hoje, o exemplo já tem que ser com os avós… Há uns anos podíamos dar os nossos pais, como exemplo de uma relação duradoura. São outros tempos. Não que sejam melhores, apenas diferentes. A energia mudou…

Duas pessoas conhecem-se, sentem-se mutuamente atraídas e iniciam uma relação que se transformará em amorosa.

"Ele lá lhe disse a medo:
'O meu nome é Pedro e o teu qual é?'
Ela corou um pouquinho
E respondeu baixinho:
'Sou a Cinderela'"
"Cinderela" de Carlos Paião"

Têm em comum uma característica: sentem que alguma coisa dentro deles se alterou. É um sentimento a surgir. É a energia do amor a criar uma nova forma. Essa energia sempre lá esteve. Pertence ao teu Ser único e insubstituível. Simplesmente, está a mudar de forma. Tal como acontece com a água e a semente, a energia do amor toma nova forma por ter encontrado as condições apropriadas.

É exactamente aqui que se geram os maiores equívocos, por desconhecimento e pela natureza das pessoas. A partir deste momento, entram em jogo outros factores de enorme importância. Entra muita coisa ao barulho, à confusão, que pode turvar essa relação. Habitualmente, esses factores conseguem contaminar a relação amorosa.

Porque a pessoa ao sentir que irrompe um sentimento amoroso dentro de si, encontra-se incapaz de se auto-analisar. Está disposta a se entregar a esse sentimento. Isso é bom.


"E, num desses momentos, houve sentimentos a falar por si.
Ele pegou na mão dela: "Sabes, Cinderela, eu gosto de ti..."
"Cinderela" de Carlos Paião"

Se nós fizéssemos tudo para manter a energia amorosa nessa forma de pureza inicial... Se os sentimentos se ficassem por aqui... Simplesmente, que se amassem, que amassem o outro e se deixassem amar pelo outro... É uma oportunidade única e especial que os aparelhos do corpo físico possuem para entrarem em sintonia fina com a alma. Simplesmente, amar. Mas não é assim que, habitualmente, processamos. Quando esse sentimento aparenta ser correspondido, parece entrar imediatamente em funcionamento os mecanismos que pertencem ao corpo material do ser e que só atrapalham esse relacionamento: a personalidade, o ego, a mente e as emoções.

A lei diz que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Essa nova forma do sentimento que surge, não é percebido como simplesmente “amor”, mas sim, entendido, como sendo “um amor exclusivo por aquela pessoa”, não sobrando nada para ela própria. Assim, dificilmente, o relacionamento poderá sobreviver. É apenas uma questão de tempo… Porque nos esquecemos de partilhar assim:

"E dividem a merenda, tal como uma prenda que se dá nos anos."
"Cinderela" de Carlos Paião


O resto é feito por uma certa incapacidade de auto-conhecimento profundo de cada um de nós. Se a pessoa acreditar que esse amor é apenas para ser dedicado ao outro, não percebe que, se não se amar primeiro, se não tiver a sua auto-estima bem trabalhada, não está a fazer nenhuma partilha, mas sim uma entrega submissa, cega e sem sentido. Nem sequer uma é dádiva. Simplesmente, está a criar uma enorme dependência pelo outro/a, que será fatal a esse relacionamento.

O “resto” é confundido com uma miríade de emoções e pensamentos, que são completamente independentes do sentimento amoroso. É nesta fase que se criam as dependências, tão nefastas nos relacionamentos. Praticamente, desde o início, que a relação pode ter entrado em derrapagem, desequilibrando-se, descentrando-se.

Fica assim criado o caminho certeiro para que a energia do amor volte a arrefecer, iniciando nova transformação, recolhendo-se ao sacrário do coração, por não encontrar as condições apropriadas para o seu desenvolvimento.

“Ele é meu”, “ela é minha”. Atitudes de posse, de autoridade, com todas as emoções e pensamentos negativos que isso acarreta. No início, tudo parece bonito, mas aos poucos entram os restantes factores alheios à energia amorosa. Os ciúmes, o poder, o controle, a dependência, a ausência de respeito recíproco, as acusações, etc. Todas estas questões estão muito estudadas e não é minha pretensão explicar estas coisas, aqui.

Se a semente é uma energia que vai transformado a forma até surgir a flor, porque razão, o amor não pode ir assumindo formas diferentes? Porque razão, numa relação amorosa, os parceiros não dão oportunidade a que essa energia adquira uma forma realmente amorosa?

Talvez porque todas aquelas atitudes tomadas pela personalidade (ego, mente e emoções) - os ciúmes, o controle, a dependência, a ausência de respeito recíproco, as acusações - foram esticadas ao excesso e passaram a dominar o relacionamento, por vezes de forma tão encapotada que até parece estar tudo bem. Quando não está.

Onde ficou aquela energia que desde o início vocês chamaram de amor?

O amor ficou tapado, entulhado, coberto, cheio de lixo psíquico e mental; escureceu, perdeu brilho, retirou-se, já não está presente. Em suma, voltou a mudar de forma.

E, assim, instala-se o vazio da alma.
Mais uma vez, caíste na armadilha de acreditares que apenas és o corpo que tens.
Ilusão, pura ilusão.
Que consigas fazer melhor, da próxima vez que te enamorares.
Sim, porque a vida vai dar-te outra oportunidade.

Por favor, não me apareças nas consultas de astrologia,
a quereres saber quando...


Este artigo foi publicado no já desaparecido blogue "Postais da Novalis" em Junho de 2006.

19 fevereiro 2009

Hoje dedicaram-me uma musica!





Gosto de Ti!


LETRA DE LA CANCION BEBE - SIEMPRE ME QUEDARá (PAFUERA TELARAñAS)

Cómo decir que me parte en mil
las esquinitas de mis huesos,
que han caído los esquemas de mi vida
ahora que todo era perfecto.
Y algo más que eso,
me sorbiste el seso y me decían del peso
de este cuerpecito mío
que se ha convertío en río.
de este cuerpecito mío
que se ha convertío en río.

Me cuesta abrir los ojos
y lo hago poco a poco,
no sea que aún te encuentre cerca.
Me guardo tu recuerdo
como el mejor secreto,
que dulce fue tenerte dentro.

Hay un trozo de luz
en esta oscuridad
para prestarme calma.
El tiempo todo calma,
la tempestad y la calma,
el tiempo todo calma,
la tempestad y la calma.

Siempre me quedará
la voz suave del mar,
volver a respirar la lluvia que caerá
sobre este cuerpo y mojará
la flor que crece en mi,
y volver a reír
y cada día un instante volver a pensar en ti.
En la voz suave del mar,
en volver a respirar la lluvia que caerá
sobre este cuerpo y mojará
la flor que crece en mi,
y volver a reír
y cada día un instante volver a pensar en ti.

Cómo decir que me parte en mil
las esquinitas de mis huesos,
que han caído los esquemas de mi vida
ahora que todo era perfecto.
Y algo más que eso,
me sorbiste el seso y me decían del peso
de este cuerpecito mío
que se ha convertío en río.
de este cuerpecito mío
que se ha convertío en río.

Siempre me quedará
la voz suave del mar,
volver a respirar la lluvia que caerá
sobre este cuerpo y mojará
la flor que crece en mi,
y volver a reír
y cada día un instante volver a pensar en ti.
En la voz suave del mar,
en volver a respirar la lluvia que caerá
sobre este cuerpo y mojará
la flor que crece en mi,
y volver a reír
y cada día un instante volver a pensar en ti.

11 fevereiro 2009

Incondicional, Amor

Quantas vezes já entraram na película de um filme de amor, que passa na televisão, e que nós gostaríamos que fosse um episódio das nossas vidas? Quantas foram as vezes, que chorámos por uma relação que reflectisse aquele amor “ideal”, que pensámos, e julgamos ser inacessível?
E agora pergunto: Aquela vez, … seguiu o caminho que os seus olhos iluminavam, e o seu coração assinalava? Livre, sem preconceitos, nem grilhetas. Aproveitar a ocasião que a natureza lhe deu, para simplesmente colorir o seu dia e o de alguém dizendo: GOSTO DE TI!
Em silêncio realiza dentro de si um sentimento, que nasce de dentro para fora. Quando abre o seu corpo energético ao amor, A VIDA ACONTECE!
O amor é inerente a todos os seres, em todas as formas e intensidades.
Quando estamos disponíveis para esta vibração, sem nos preocuparmos com as palavras que definem os sentimentos, eles manifestam-se…
Uma das ilustrações, pode ser a música “ Cinderela” de Carlos Paião.


Aqui o amor é declarado de forma incondicional. Apenas a essência une aqueles dois seres, que simplesmente se procuram, sem palavras para definir o que sentem.
Todos temos o direito de amar e ser amados, no entanto será que nós manifestamos essa energia? Será que sentimos as inúmeras revelações de amor que a vida nos oferece diariamente?
Contemplem dentro de vós a capacidade de partilha. Disseminem o vosso amor, e descubram tudo o que precisa de saber.

08 fevereiro 2009

Resgate um Sonho



Por vezes resgatar um sonho que transporta desde criança, como por exemplo saber nadar, é um passo para se curar do desgaste diário que as diferentes áreas da vida infligem, enquanto não se descobre como alguém capaz de transformar a sua realidade.

Essa mesma identificação excessiva com a realidade, é fruto de não serem criados momentos, no nosso dia-a-dia, que permitam o essencial distanciamento das diversas situações, com o intuito de gerar uma consciência mais alargada do nosso projecto de vida e transformações internas. É uma oportunidade de nos transcendermos, de superarmos as pequenas grandes limitações, gerando bem-estar no nosso interior, e por conseguinte a oportunidade de estarmos em paz.

Se calhar todos nos temos um sonho secreto que nunca alimentamos??? Experimentem dar ouvidos a esse chamamento e sintam-se a emergir.

Para além da oportunidade de se mimar, este gesto tem efeitos práticos para o seu cérebro:

Como prevenção para o Alzheimer, alguns Neuro Investigadores descobriram, que desenvolver actividades que contrariam completamente as nossas rotinas diárias, favorecem o despenho do nosso cérebro, oxigenando-o.

Uma das principais causas do Alzheimer é que o oxigénio que chega até o cérebro não é suficiente, e isto pode ser despoletado por inúmeras situações, e pode ser minimizado tão simplesmente, como optar por desenvolver uma ou mais actividades completamente contrárias ao que é para si normal dedicar-se.

Juntando o útil ao agradável, escolha ter, umas horas por semana dedicadas a si.