

Muitas lendas falam-nos do preço a pagar por se ter saído do Jardim do Éden, e por viajar a âmbitos superiores da consciência.
O relato de um Xamã Esquimó dá-nos a chave:
Os Espíritos do bem procuravam um Xamã para uma comunidade esquimó, para substituir o anterior, que tinha morrido.
Elegeram um adolescente preparam-no para cumprir esse papel. Levaram-no ao mundo subterrâneo e cortaram-no em inúmeros pedaços, de tal maneira que não restaram ossos em conjunto.
Então vieram os espíritos do mal e comeram toda a carne, roeram todos os ossos. Quanto os ossos do futuro Xamã estavam completamente rapados e separados, os espíritos do bem voltaram e colocaram tudo no seu lugar, cobrindo de novo os ossos já montados com nova carne. Asseguraram-se que nada ficava esquecido, para que ao novo Xamã, nada no seu corpo faltasse.
Deram-lhe as boas vindas como novo Xamã.
Anotaram os nomes de todos os demónios que tinham roído os ossos, porque o novo Xamã só podia curar as enfermidades provocadas por eles. Não detinha nenhum poder para curar qualquer outra enfermidade que não fosse causada por um demónio, que não estivesse presente no seu esquartejamento.
Isto significa que a ferida do rei-pescador e a preparação para a consciência, (o nome que damos actualmente ao poder de xamã) e que mediante o sofrimento, se forma o futuro curador, o génio. Tudo o que não se experimentou durante a preparação, mediante o sofrimento, falta também quando se obtém o poder.
Ao eleger um curador, é importante saber o que já experimentou e se tem o poder para curar a enfermidade daquele paciente.
Estes são os antecedentes de todos os curadores, inventores, videntes, artistas, maestros ou criadores que tenham verdadeiro poder. Tudo o que ficou pelo meio do processo é um trágico fracasso de um curador que não recuperou a forma depois do seu esquartejamento.
Se não sofreu nenhuma ferida séria como o rei-pescador corre sérios riscos.
“El Pescador y la Doncella sin manos” Robert A. Johnson
Passeie-me pelas ruas de Torres Vedras, hoje, durante a azáfama natalícia. De facto não acordei com a melhor disposição do mundo, mas é impossível não reparar como o pessoal se movimenta. Fiz uma única compra, paguei com dinheiro, que surpresa, a da funcionária, pois claro, todo o mundo paga com cartão de crédito. Um ar feliz e tonto de quem nem se quer pensa que vai ter de o pagar em Janeiro, Fevereiro, Março…
Será que os Reis magos usavam cartões de crédito????!!!!
Deixemo-nos de coisas.
Vamos celebrar o nascimento do maestro do amor, JESUS. Aproveite-mos a energia do seu Sol, e irradie-mos essa energia através dos nossos corações.
Feliz natal a todos e enriquecedora digressão por 2007
Ainda não transmutei toda a devoção emocional em serviço altruísta à humanidade.
Sei que por vezes a admiração que tenho por alguns seres, toca a tal devoção emocional, e daí até à obediência cega, à ignorância, é um passo. No entanto, para evitar que tal aconteça, procuro ressonância desses mesmos ensinamentos dentro de mim. Alguma coisa realmente muda.
Há por ai uns seres por quem tenho uma enorme admiração. São pessoas magníficas e as suas “obras” trazem brilho a minha intuição, e vão abrindo as portas da minha mente superior. Quando isto acontece, tenho a corroboração de que tais ensinamentos ajudaram-me a transmutar devoções emocionais, teimosias, dificuldades em desenvolvimento da minha consciência, progredindo espiritualmente, e por isso lhes chamo de Mestres.
Nesta infinidade de eus, descubro os que não gosto.
Rejeita-los, não é solução pois quanto mais os rejeito mais me perseguem.
Sei que os tenho de integrar, aceitando que tudo isso faz parte do infinitamente eu.
Quando os olhar bem no fundo dos seus olhos e lhes disser que já não os temo, nesse mesmo instante acabo por os sujeitar.