CALÍGULA – “ Não estou doido, parece-me mesmo que nunca fui tão razoável. Simplesmente senti de repente necessidade do impossível. As coisas tal como são não me parecem satisfatórias.
(…)
CALÍGULA – É a verdade, até á pouco tempo, eu não sabia. Agora sei. Este mundo, tal como está feito, não é suportável. Tenho, portanto, necessidade da lua, ou da felicidade, ou da imortalidade, de qualquer coisa de demente, mas que não seja deste mundo (…).
(…)
HELICON – E qual é, então, essa verdade, Caius?
CALÍGULA – Os homens morrem e não são felizes.
HELICON – Ora… toda a gente passa bem sem essa verdade. Olha á tua volta. Não é ela que os impede de almoçar.
CALÍGULA – Então é porque tudo á minha volta é mentira, e eu, queria que vivesse na verdade. E, justamente, tenho meios para os obrigar a viverem na verdade. Porque eu sei o que lhes falta, Helicon. Eles estão privados do conhecimento, porque lhes falta um professor que conheça aquilo que ensina.”
(…)
“Camus”, Calígula
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